Respiração


Existe uma antiga história indiana que ilustra bem a importância da respiração. Conta-se que todos os sentidos estavam brigando entre si para determinar qual deles era o mais importante. Sem conseguir resolver o dilema, foram até Brahma - o criador na mitologia hindu - e lhe perguntaram: "Dentre nós, qual é o mais importante?" Brahma então respondeu: "O mais importante é aquele cujo afastamento faça o corpo piorar."

Assim, os sentidos decidiram que cada um se afastaria por um ano para que os outros pudessem avaliar o efeito de sua ausência. A Fala se afastou e ao voltar após um ano perguntou: "Como vocês viveram sem mim?" Os outros sentidos responderam: "Como os mudos: não falando com a língua mas vendo com os olhos, ouvindo com os ouvidos, respirando com a respiração, conhecendo com a mente, gerando com o sêmem. Assim vivemos."

E a língua retornou ao seu lugar.Então afastou-se a visão, mas os outros viveram como os cegos. Depois, foi a vez da audição e todos viveram como os surdos. Quando o sêmem se afastou, os sentidos viveram como os impotentes. E foi a vez da mente afastar-se.

Por um ano foi possível viver como os loucos, sem conhecer com a mente mas falando com a fala, vendo com os olhos, ouvindo com os ouvidos, gerando com o sêmem e respirando com a respiração.Por fim, chegou a vez da respiração. Ao afastar-se rompeu os demais sentidos e o corpo virou uma grande confusão.

Então, todos os outros sentidos lhe pediram: "Não partas senhora pois não poderemos viver sem vós."E assim é. A respiração alimenta todos os nossos sentidos, nossas funções orgânicas, células, órgãos e etc. Ela é o que nos mantém vivos. Respirar foi a primeira coisa que fizemos ao entrar nesse mundo e a última que iremos fazer.

Apesar de não nos darmos conta, a respiração está intimamente associada às nossas emoções e padrões de comportamento. Observe como ela muda, tornando-se curta e superficial, quando estamos ansiosos ou com medo. Quando pensamos em algo bom ela se expande e aprofunda.

Os antigos mestres do Yoga sabiam disso e começaram a testar diferentes tipos de respirações e a analisar seus efeitos. Foi assim que desenvolveram os exercícios respiratórios do Yoga que chamamos de pránáyáma.Prana significa alento ou energia vital e yáma significa domínio. Portanto, pránáyáma é o domínio da bioenergia.Respiramos cerca de 20.000 vezes num dia.

Em cada respiração, absorvemos por volta de 300 ml de ar. Mas nossos pulmões foram planejados para muito mais pois a capacidade pulmonar de um adulto é de cerca de 4 litros. Nossa respiração cotidiana movimenta apenas 10% do que nossos pulmões comportam.

Assim, nosso corpo e nossa mente funcionam com uma quantidade de combustível bem menor do que necessitam e jamais poderemos expressar plenamente nossos potenciais e viver uma vida realmente saudável se não aumentarmos nossa absorção de oxigênio.

Praticando os exercícios que o Yoga (click e veja a sessão Yoga) nos oferece, ampliamos a respiração e reeducamos os músculos e órgãos envolvidos nesse processo para que esse padrão respiratório se mantenha mesmo depois de terminada a prática.

Muitos desses exercícios devem ser aprendidos diretamente com um instrutor pois precisam ser corrigidos. Os que você aprenderá a seguir produzem bons efeitos, são bastante simples e podem ser feitos em casa.





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